A cada dia vemos novas funcionalidades tecnológicas em nossa rotina, que se traduzem em ícones de “apps” adicionais em nossos smartphones. Elementos como serviços de transporte, solicitação de refeições, filmes, músicas, reservas de viagem e muitos outros estão a um toque de distância.

Analisando estes aplicativos um pouco mais de perto, observamos que existem empresas por trás de cada um. E estas empresas têm muito em comum, desde o canal em que oferecem de seus produtos ou serviços, até o fato de, muitas vezes, não possuírem ativos ou qualquer estoque. Alguns exemplos são facilmente encontrados quando avaliamos uma empresa que oferece serviços de transporte e não possui carros; ou que oferece reservas de acomodações e não possui um só quarto; ou mesmo a que oferece serviços de músicas ou filmes e não é gravadora/produtora de um só CD ou DVD. Curioso não?

Esse tipo de empresa vem trazendo grandes inovações para o mercado e, de certa forma, pressionam todos os seus concorrentes a se transformarem. O preço para as empresas que não assumem esta jornada de mudanças pode ser alto, em alguns casos chegando à falência ou exclusão em determinado segmento.

A partir deste ponto, concluímos que as empresas precisam se tornar digitais. Mas o que seria a transformação digital nas empresas? A figura 1 abaixo mostra algumas definições.

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 As definições da figura 1 mostram que a transformação digital permeia praticamente toda a empresa. Contudo há um fator crítico para este cenário: a tecnologia.

Ao comparar algumas “Empresas Digitais”, pode-se se identificar um comportamento similar:

1. Possuem um novo modelo de negócio;

2. Utilizam a realidade virtual para prover uma nova maneira de comprar;

3. São extremamente proativas para aumentar a experiência do usuário (também chamada UX – user experience), explorando cada vez mais soluções analíticas e de Internet das Coisas (ou IoT).

Quando pensamos na disrupção causada por estes três elementos (novo modelo de negócio, realidade virtual na compra e aumento da UX), pode-se esperar uma avalanche de requerimentos futuros para a área de TI que não possuem uma demanda pré-definida. Não é possível prever o que o CIO deve preparar em seu ambiente para absorver volumes ou iniciativas de negócio extremamente dinâmicas, muitas vezes experimentais, que se transformam conforme a evolução ou a aceitação do mercado. Esse tipo de requerimento de demanda futura se torna um pesadelo para qualquer líder de TI. Então como deve ser a estratégia para suportar a transformação digital?

Se analisarmos um modelo de TI baseado em Systems Integration, encontramos uma maneira linear de estruturar novas demandas a partir da soma de recursos. Esta estratégia normalmente assume premissas de resultados e cria análises de negócio para se investir na infraestrutura de TI (hardware, software, especialistas, etc.). Após aprovação do investimento, parte-se para um longo processo de implementação.

Em resumo: há uma demanda incerta para o CIO, uma estimativa de volume – que, na prática, pode ser muito maior ou menor – e realiza-se um processo sequencial de adição de recursos à infraestrutura. O resultado é um ambiente de TI complexo, inflexível, de alto custo e incerto sobre a escalabilidade para atender às necessidades do negócio (vide figura 2).

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Mas há opção? A resposta é sim!!! Se a estratégia de TI passar a seguir um modelo de Services Integration, o ambiente passa a contar com componentes modulares de serviço combináveis de inúmeras formas para gerar a melhor solução para cada demanda de negócio. Cada componente é criado dentro das políticas de TI e da estratégia da empresa, tendo a certeza que o módulo pode ser incluído de forma rápida e segura no ambiente. Outra característica importante deste modelo é a flexibilidade, permitindo um pagamento por uso com grande elasticidade para se adequar ao comportamento dos requerimentos futuros.

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A figura 3 mostra ainda uma camada de Brokerage, fundamental para aproximar as áreas de negócio à TI, fornecendo um catálogo de serviços, otimizando custos e eliminando o shadow IT (contratação paralela de recursos de tecnologia, desalinhada com a estratégia de TI e com as políticas de segurança). Outra camada fundamental para o Services Integration é a Orquestração dos componentes de serviço com o legado, muitas vezes em um modelo de TI ainda tradicional. Esta camada provê uma visão consolidada de todo o ambiente.

Por fim, não podemos esquecer que os serviços precisam de um modelo de entrega (delivery) extremamente eficiente em seus bastidores, provendo os maiores níveis de serviço (SLA) possíveis e reduzindo indisponibilidades do negócio. É neste momento que uma estratégia de delivery cognitivo entra para combinar a Inteligência Artificial (IA) em conjunto com o time de especialistas técnicos. Além das ferramentas cognitivas – hoje já disponíveis no mercado para alguns provedores de serviço – conhecer a reputação e experiência da empresa provedora é o que vai diferenciar um delivery cognitivo dos demais. Poder reduzir, por exemplo, o tempo de resolução de incidentes de horas/dias para minutos é uma qualidade que apenas poucos provedores podem ter. Isso porque os sistemas cognitivos precisam ser “ensinados”. Essa educação precisa de uma robusta base de dados com milhões chamados sobre incidentes e milhares de ambientes de TI, de diferentes clientes, para que o sistema possa entender como agir assertivamente em cada ocorrência.

Para mais informações acesse: https://itbizadvisor.com/?s=services+integration

Veja também: https://www.linkedin.com/pulse/mainframe-na-nuvem-mauricio-ribeiro/

Por Maurício Ribeiro
Gerente de Portfólio de Serviços de TI IBM