Os brasileiros estiveram mais vulneráveis a ataques de phishing e de malwares em 2018. Segundo dados da Kaspersky Lab, os ataques de phishing cresceram 110% no país e os de malware aumentaram 20% desde janeiro, se comparado com 2017. Por trás deste aumento no número de ataques estão o uso de eventos famosos como a Copa do Mundo e a Black Friday, bem como a disseminação por WhatsApp.

Entre janeiro e dezembro deste ano, a ameaça que mais se popularizou no país foram os ataques de phishing. Trata-se de um tipo de golpe especializado em coletar informações pessoais e financeiras de internautas a partir da criação de sites falsos, conforme explicou o pesquisador sênior de segurança da Kaspersky, Fábio Assolini. No período, foram mais de 56,11 milhões de ataques registrados, mais do que o dobro, em relação a 2017.

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Apesar do crescimento dos golpes de phishing, a principal ameaça no país ainda é a infecção de computadores e smartphones por programas maliciosos como vírus e keyloggers, a partir de técnicas como o ransomware (“sequestro” de dados e liberação dos mesmos mediante pagamento de resgate). Durante o ano, o Brasil registrou mais de 710,25 milhões de ataques por malware. Trata-se de um crescimento de 20% em relação ao ano anterior.

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Grandes eventos e WhatsApp são armas de cibercriminosos na América Latina

Além das técnicas tradicionais para a disseminação de códigos maliciosos, os cibercriminosos aproveitaram eventos populares na América Latina para aumentar a eficiência dos seus ataques. Em toda região, foram registrados mais de 1,3 bilhão de ataques por malware entre novembro de 2017 e novembro de 2018, com uma média 3,75 milhões de ataques de diários. Os picos de infecções aconteceram durante a Copa do Mundo da Rússia, entre junho e julho, e a Black Friday, no fim de novembro.

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Já no que diz respeito aos ataques de roubos de dados, a “época de ouro” dos cibercriminosos latino-americanos foi a Copa do Mundo. Durante o período da competição na Rússia, foram registrados o triplo da média de golpes de phishing na América Latina em comparação aos demais meses do ano. No caso do Brasil, o principal alvo foram os consumidores interessados em ofertas de televisores para assistir os jogos entre as seleções.

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No centro das estratégias adotada pelos criminosos está o WhatsApp, principal serviço de mensagens dos países da região. Em 2018, o aplicativo se consolidou também como o principal meio de disseminação dessas ameaças entre os latino-americanos, aproveitando-se de divulgações de falsas promoções, ameaças e notícias falsas que viralizaram entre os usuários.

Ataques de mineração também em alta

Além dos golpes focados no roubo de informações dos usuários, a mineração de criptomoedas também cresceu no continente. Ao longo de 2018, foram registrados mais de 20 milhões de ataques deste tipo, com uma média de 55.817 registros diários. O número anual é quatro vezes maior do que o registrado em 2017.

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O motivo para esse aumento exponencial, segundo Fábio Assolini, está na força apresentada pelas moedas virtuais neste período. A Bitcoin, a Monero e outras criptomoedas se tornaram muito mais fortes do que as moedas locais neste período. Além disso, a infecção por este tipo de software se tornou muito mais vantajosa ao gerar um grande retorno para os criminosos e, ao mesmo tempo, conseguir operar sem que muitas das vítimas percebam.