O Facebook anunciou o fim de um experimento polêmico que dividiria o feed como conhecemos atualmente em duas partes: uma dedicada exclusivamente a publicações de seus contatos, e outra área, completamente separada, que exibiria o conteúdo publicado por páginas e empresas.

A empresa estava fazendo testes em seis países diferentes. Para os usuários destes locais, o Facebook passou a exibir apenas publicações de amigos e familiares no feed de notícias, deixando o resto dos posts em uma aba separada, na área de “Exploração”. Os testes foram iniciados em outubro e só agora a rede social concluiu que “as pessoas não querem dois feeds separados”, segundo Adam Mosseri, que gerencia a divisão da empresa que cuida do feed.

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Segundo as pesquisas realizadas pelo Facebook com o público atingido pela mudança, os usuários afirmaram estar menos satisfeitos com os posts que estavam vendo, e “ter dois feeds separados não os ajudou a conectar-se com amigos e familiares”, conclui Mosseri.

Durante o período de testes, foram duas versões do feed de exploração. A primeira era um espaço dedicado para publicações de páginas e perfis públicos não curtidos pelo indivíduo, funcionando como uma ferramenta de descoberta baseada em interesses. Este recurso, inclusive, foi testado no Brasil e deve ser retirado do botão sanduíche do aplicativo ainda nesta semana. Já a segunda tinha o mesmo nome, mas trazia uma mudança mais radical. A aba separava o feed convencional em dois: o principal com apenas publicações de amigos e outro, com símbolo de foguete, com as páginas e perfis públicos curtidos.

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A mudança, se não tivesse sido rejeitada pelos usuários, poderia ser parte de um movimento mais amplo do Facebook, que diante das críticas sobre sua contribuição para disseminar conteúdo enganoso, que tem um impacto danoso sobre a democracia, resolveu diminuir o volume de notícias que exibe no feed em cerca de 20% para privilegiar conteúdo que gere “interações significativas”. A empresa quer diminuir o consumo de conteúdo passivo e privilegiar os posts que gerem mais comentários e interação por parte dos usuários.

Segundo o New York Times, a aba “Explore” teve alguns impactos que o Facebook não esperava. A publicação afirmou no mês passado que a aba ajudou a propagar as notícias falsas em vez de contê-las, justamente por impedir que outras páginas e autoridades publicassem artigos que desmentissem boatos.